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A Casa Nuvem era uma casa de dois andares no centro do Rio de Janeiro que a gente usava como espaço de trabalho e de encontros. Com várias salas, uma oficina de bicicletas, um bar e uma “Koozinha”, a Casa Nuvem era o lugar onde a gente desenvolvia os nossos projetos e acolhia iniciativas de outras pessoas e grupos.
A Casa foi alugada em dezembro de 2012 por quatro pessoas e o coletivo Nuvem Móvel; no início de 2014, abrimos a gestão da casa para outras pessoas e mais de 30 se associaram. Em 2016 fomos coagidas a fechar a casa e os projetos foram encerrados. Mais informação sobre os motivos do fechamento da Casa Nuvem aquí.
Na Casa Nuvem, todas as quintas, acontecia o Dissidências Criativas um espaço de reflexão e ação coletiva em torno às interferências entre arte e política. Apresentações, falas, debates, ações, oficinas de silk, impressão tipográfica, serigrafia e fantasias eram criadas para a construção de todo tipo de artefatos de insurgência poética; nas quartas, tinha a Triciclo, uma oficina coletiva de de manutenção de bicicletas que juntava um monte de gente suja de graxa pra trocar carinho, ideias e conhecimentos sobre mecânica e sobre o direito à cidade; o Nuvemhub era uma plataforma de intercâmbio de conhecimento para o desenvolvimento de projetos colaborativos em novas tecnologias, produção cultural, música e audiovisual e um espaço de construção de tecnhotrakitanas; a PanELA de Experimentos reunía mulheres interessadas por música eletrônica; o Sarau Fotográfico era um laboratorio fotográfico e um encontro semanal entre amantes da fotografia que queriam mostrar seus trabalhos e discutir em torno à imagem; o Para o meu amor passar era um espaço para experimentação com o universo infantil, reconhecimento local e aprendizagem com as crianças da vizinhança. E as segundas feiras tinha também o Prepara Nem, que realizava eventos e um curso preparatório pro Enem para pessoas trans em situação de vulnerabilidade. A Casa Nuvem era Ponto de Cultura Municipal.
A Casa Nuvem organizou duas edições da Monstra Nuvem de Cinema, alguns mini-festivais, lançamento de livros, laboratórios de cartazes, trakitanas, tecnomagia, tecnoxamanismo. Foi sede de grupos de música, performance e teatro, e berço de experimentos sonoros coletivos como a “Rádio Beco”, o “Nuvem Jam”, e o “De Repente Acidente”. Da Nuvem surgiram campanhas e ações como o OcupaÔnibus, Baratox, Bloco Meu Cú é Laico, KDamarildo, Carnavandalirização, Pink Block, Quadrilha da Fifa, FuckFifa Fest, Festival de Vandalirismo e etc. A Casa era um espaço que acolhia encontros regulares da galera LGTBI, de grupos mídia-ativistas, Grupo do Poliamor e o pessoal do Forum de dança e dos Pontos de Cultura da Rede Estadual e Municipal, entre outros. A Casa Nuvem também organizava festas que muitas de nós lembramos com muita saudade.
TRICICLO
A Tricíclo era uma oficina coletiva de manutenção de bicicletas para instrumentalizar cada vez mais, nós, ciclistas, sobre as nossas respectivas magrelas. Pela liberdade de trocar seu próprio pneu, remendar sua câmara, ou regular seu freio, ou mesmo só pra conversar, discutir, assistir um filme e debater, sempre em ritmo de festa. Rolava troca de ideias e conhecimentos sobre mecânica, mas também sobre os princípios do direito à cidade, da livre circulação e da ocupação do espaço público. As oficinas eram realizada pelo pessoal da Ciclo Courier, uma empresa de entregas feitas exclusivamente com bicicletas! A Triciclo acontecia todas as quartas feiras na Casa Nuvem e se tornou um ponto de referência de ciclo-ativismo no Rio de Janeiro,
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